terça-feira, 11 de outubro de 2011

Contextualizar é a palavra-chave na prova de geografia

Por: Glória Tupinambás - Estado de Minas
Hoje, o tema é geografia e os grandes acontecimentos que mudaram os rumos da conjuntura política mundial. Para fazer essa viagem e abrir de vez as portas das universidades, é preciso ter os olhos voltados para o globo terrestre: “Os candidatos à aprovação no vestibular têm de ficar atentos ao que se passa no mundo. 

É necessário conhecer os conflitos entre países e as atualidades sempre noticiadas pela mídia. Mas o grande desafio não é apenas saber sobre os fatos, e sim ter a capacidade de relacioná-los. Temos um programa de estudo imenso que será cobrado em pouquíssimas questões, então há uma tendência de não analisar os episódios de maneira isolada. O melhor caminho é contextualizar”, garante o professor Silvânio Fortini, com quase 20 anos de experiência em salas de aula do 3º ano do nível médio. 

No vestibular mais concorrido de Minas, o da UFMG, os conhecimentos de geografia serão cobrados, de todos os candidatos, em oito questões de múltipla escolha na primeira etapa das provas. Já na segunda fase, o tema será exigido dos alunos que disputam vaga em 16 dos 65 cursos oferecidos pela instituição. “A comissão que elabora os testes fica atenta a todos os fatos e essas atualidades devem ser um alerta para os estudantes. A prova procura ser contextualizada, então tudo o que ocorre no ano é importante e todas as notícias podem ser cobradas”, afirma a coordenadora-geral da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), Vera Lúcia Silva Resende. 

Entre os fatos históricos, o destaque são os 60 anos da criação do Estado de Israel. “A questão palestina, sempre atual, é quase certa no vestibular, até porque ela foi pouco explorada nas edições mais recentes da UFMG”, alerta Fortini. E, quando o assunto são os episódios mais recentes, os mais fortes candidatos à prova são a invasão da Geórgia pelas tropas russas, os conflitos entre China e Tibete, a descoberta das reservas de petróleo na camada pré-sal, o avanço de áreas agrícolas destinadas aos biocombustíveis, o crescimento da economia chinesa, as eleições e as tensões políticas na América Latina envolvendo os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia. “Acho pouco provável que a atual crise financeira dos EUA seja cobrada, por exemplo. A prova já está pronta e os alunos devem ficar mais antenados com o que foi notícia no primeiro semestre deste ano”, acrescenta o professor. 
Dedicação
Se é impossível adivinhar o tema das questões da prova, alunos e educadores são unânimes em afirmar que, para a aprovação no vestibular, é preciso mais que intensa dedicação a livros, cadernos e apostilas. “É fundamental ter uma ampla visão de mundo. Por isso, passamos várias horas na biblioteca lendo jornais e revistas, fazemos pesquisa pela internet e procuramos resumos que apresentem um contexto histórico dos fatos. A prova tem muitas pegadinhas e acho que é necessário entender o episódio como um todo”, conta o candidato a uma vaga de direito na UFMG Leonardo Avendanha, de 18 anos, que sempre estuda com o colega Filipe Castano, de 17. 

As amigas Alice Colares, de 17, e Déborah de Morais, de 18, que concorrerão em letras e comunicação social, respectivamente, também criaram uma dinâmica de estudo para ir além do conhecimento obtido em sala de aula. Desde o início do ano, elas aproveitam os momentos de descanso e lazer para ir ao cinema e assistir a documentários na televisão sobre os possíveis temas do vestibular. “Quando começamos a estudar, percebemos que a matéria é mais difícil que imaginávamos. Temos que entender a história dos fatos e as implicações dele no presente e no futuro. Estudar com o globo ou o mapa-múndi por perto também ajuda a fixar a localização dos países e regiões e facilita o entendimento”, diz Déborah.

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